Título: Pedra
Bruta
Autor: Paulo
Levy
Editora: SESI-SP
ISBN: 9788550400723
Ano: 2016
Páginas: 296
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Sinopse:
Sexta-feira,
final do dia, Dornelas aguarda tranquilamente a chegada dos filhos na
rodoviária de Palmyra. Assim que o ônibus estaciona, uma clássica briga de
trânsito estoura perto dali. O que deveria ser um evento isolado transforma-se
num pesadelo para o delegado. Horas depois, um cadáver é encontrado numa casa
do Centro Histórico. Um crime brutal foi cometido. O imóvel tem como
proprietário um influente membro de uma das casas maçônicas da cidade. Todos os
indícios apontam que uma mensagem está sendo passada. Mas qual? Dornelas é
forçado a abandonar as investigações diante de uma cena estarrecedora. Entre o
amor de Dulce, os filhos, a equipe unida e leal, a cachaça favorita, as barras
de chocolate na gaveta e o mingau de farinha láctea, Dornelas, um tipo humano,
amante de música clássica e dono de um instinto aguçado, lança-se à caça de um
assassino frio e sofisticado. Mas antes precisa enfrentar os fantasmas do seu
próprio passado.
Resenhas anteriores:
Livro 1:
Réquiem para um assassino
Livro 2:
Morte na Flip
Obs.:
Apesar de ser uma série, os livros são independentes.
Resenha:
Resenha sem spoiler dos livros
anteriores
A
vida do delegado Dornelas parece estar, enfim, entrando nos eixos. Seu coração
está tranquilo; seus filhos estão vindo lhe visitar e a cidade de Palmyra está
tranquila. Porém, toda a tranquilidade que sentia se esvai em um único minuto.
Pelo visto, essa coisa de felicidade plena é pura utopia.
No
momento em que o ônibus que traz seus filhos chega à rodoviária, uma briga de
trânsito com troca de tiros estoura. Dornelas é obrigado a intervir na
situação. Contudo, o impensável acontece e o delegado se vê em uma situação
desesperadora. Suas obrigações como policial nunca foram tão pesadas e ele
precisará de muita força para não esmorecer naquele momento.
Para
piorar, um corpo é encontrado em uma mansão no Centro Histórico. O crime
cometido foi realizado de forma brutal. O coração da vítima foi arrancado e
deixado em suas mãos. Claramente, a forma como a assassinato aconteceu mandava
uma mensagem, mas qual seria? Aliás, quem será o destinatário? Caberá à equipe
de Dornelas descobrir. Grandes revelações parecem vir por aí.
“Deitada sobre o lado direito, a jovem tinha os braços dobrados diante do rosto e as mãos agarradas a um coração. Fios de sangue escorriam por entre os dedos. A posição da cabeça, levemente inclinada, deu ao delegado a impressão de que ela morreu enquanto rezava. A camiseta branca fora reduzida a trapos empapados de sangue que cobriam parcialmente o torso e partes da bermuda bege” (p. 30).
Partindo
dessa premissa, Paulo Levy cria um enredo altamente envolvente, ágil e que
prende o leitor do começo ao fim. O autor sabe misturar muito bem as passagens inteligentes,
suspense e momentos mais emocionais, tornando a obra completa e atrativa para
uma gama maior de leitores. Ademais, a sua escrita mais simples, sem perder a
qualidade, mostra-se ideal para o tipo de trama proposta.
Outro
elemento que faz com que o livro seja mais interessante é o fato do assassinato
ter relação com a maçonaria. Isso traz para a obra uma aura de mistério ainda
maior. Ademais, faz com que os crimes tenham uma explicação mais interessante,
todo um simbolismo por trás, fugindo simplesmente do padrão de crime passional.
Os
personagens desenvolvidos na obra também merecem destaque. Dornelas, que já é
um velho conhecido de quem já leu os livros anteriores, está ainda melhor. Sua
carga psicológica está ainda mais profunda, tornando-o mais verossimilhante.
Além disso, os outros personagens que seriam meros coadjuvantes mostram uma
construção mais densa, mais trabalhada, fazendo com que o enredo fique mais
completo e fugindo de receitas prontas.
“Já do estacionamento, Dornelas pôde notar que a delegacia de Marealto estava cheia. Pela pequena multidão apinhada na recepção, notou que se repetia ali a dinâmica que ele frequentemente via na delegacia de Palmyra: a maioria dos crimes ocorria nos dias próximos ou nos próprios finais de semana. Espantou-se com a relação quase direta entre tempo livre e crime, como se a simples falta do que fazer automaticamente se convertesse num convite ao delito” (p. 75).
Vale
destacar, é claro, o bom trabalho que o autor faz com a realidade. Assim como
acontece nas obras anteriores, Pedra
Bruta também carrega uma boa dose de crítica social; o autor não deixa de
soltar, vez ou outra, comentários ácidos sobre algumas instituições e sobre a
sociedade. Isso faz com que o livro ganhe uma relevância maior, fugindo do puro
entretenimento.
Quanto
à parte física, não há o que reclamar. A capa é simples, mas representa
perfeitamente o enredo; o mesmo acontece com o nome da obra. A diagramação, por
sua vez, é bem básica, mas possui o suficiente para proporcionar uma leitura
agradável, pois possui letras em tamanho confortável, um bom espaçamento e
ótima revisão.
Pedra Bruta,
sem dúvidas, mostra a evolução de Paulo Levy como escritor. Se os livros
anteriores eram ótimos, esse consegue ser superior em todos os aspectos.
Certamente é uma excelente opção para quem busca um enredo policial bem
trabalhado e inteligente.
Oi, Marcos
ResponderExcluirLembro das outras resenhas, que legal que você está dando continuidade aos livros do autor assim tão rápido. Legal também saber que Dornelas esta mais verossímil neste livro. Só espero que no meio do tiroteio um dos filhos dele não tenha se ferido, pelo amor... ahhhaha
E esse negócio de matar e colocar o coração na mão... que horror!
Beijos
- Tami
http://www.meuepilogo.com
Conheci o trabalho do autor aqui pelo blog e é gratificante ver e ler que ele evoluiu ainda mais.
ResponderExcluirComo só conheço os livros anteriores por resenhas, ficou nítido que todos os livros podem ser lidos independentes. E é outro ponto positivo demais!
E como fã de um bom livro policial, é evidente que quero muito ler!
Beijo
Oi, Marcos!
ResponderExcluirBom saber que os livros são independentes e que esse consegue superar os outros. Se antes eu já queria ler, agora eu tenho certeza que vou adicionar na lista de leitura de 2017.
Beijos
Balaio de Babados
Participe do Natal Literário
Participe da promoção de três anos de Um Oceano de Histórias
Participe do Sorteio de Final de Ano
A sinopse nem me atraiu tanto, mas essa capa ficou show! Sem contar com a ótima resenha!
ResponderExcluirBeijos!
EsmaltadasdaPatyDomingues
Oi Marcos!
ResponderExcluirEu estou completamente apaixonada por essa série! Já tenho os dois primeiros livros na minha lista de desejados e vou agora adicionar este terceiro.
Gostei muito da sua resenha, mas o que mais me chama a atenção são as capas! *-* rsrsrsrs
bjo bjo^^
Primeiro, preciso dizer que estou encantada com o trabalho do Sesi-Editora. Muito bom!!!
ResponderExcluirAgora sim preciso dizer que este livro está espetacular, que capa maravilhosa!! E que policial do bom!!! Apaixonei aqui.
Quero os três ♥
Bjkssss
Oi, Marcos!!
ResponderExcluirAinda não li nenhum livro desse autor mas amei a premissa dele que é maravilhosa!! Também gostei muita da capa que sem dúvida nenhuma chama muita atenção do leitor!!
Beijoss
Olá, Marcos!
ResponderExcluirParabéns pela resenha! Normalmente não me sinto atraída por livros desse gênero, porém, esse parece ser muito bom! Em 2017 pretendendo ler ele ( não é apenas mais uma promessa de ano novo kkk).
Abraços!
https://teattimee.blogspot.com.br/
Não conhecia a obra, mas é suspense policial, então com certeza já fiquei interessada. Li recentemente um livro que fazia várias criticas também, sem pudor, e gostei bastante da iniciativa. Imagino que nesse livro seja a mesma coisa.
ResponderExcluirxx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
Acho legal essas séries que tem os livros independentes, por mais que se eu parasse pra ler, só conseguiria se fosse na ordem. Tenho que começar a ler livros policiais mais vezes, o enredo sempre é ótimo e me impressiono demais com as resenhas. Gostei de ver a sua opinião.
ResponderExcluirUm abraço!
http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/
Participe dos SORTEIOS que estão rolando lá no blog!
Marcos!
ResponderExcluirNão li não os livros anteriores e gosto demais desse estilo policial, carregado de mistérios e tudo por ser descoberto, ainda mais com a maçonaria envolvida.
“Não pedi coisas demais para não confundir Deus que à meia-noite de ano novo está tão ocupado.” (Clarice Lispector)
FELIZ 2017!
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Eu não conhecia este livro, lendo um pouco mais sobre do que se trata a história em sua resenha, não sei se leria, pois não despertou muito minha curiosidade, e não estou em um momento para ler este estilo de livro, mas quem sabe futuramente eu leia.
ResponderExcluirOlá.
ResponderExcluirEsse gênero é um dos meus preferidos e quando bem escrito, melhor ainda!
Sinceramente, não gostei da capa, mas o que realmente importa é o conteúdo, e esse parece ser bem inteligente e que prende a atenção.
Ótima resenha. Mais um para a lista de desejados.
Obrigada.
Abraços.
Adoooooro esse tipo de livro!
ResponderExcluirO fato de haver todo esse mistério envolvendo maçonaria e críticas sociais me deixou com muita vontade de ler. Sem contar que a descrição do corpo foi muito bem feita