Título: O
Brasil no Contexto
Organizador: Jaime
Pinsky
Editora: Contexto
ISBN: 9788572449922
Ano: 2017
Páginas: 224
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Sinopse:
O
tempo histórico sofreu uma acelerada nestes últimos 30 anos. No Brasil e no
mundo as mudanças são profundas e estão à vista de todos. A economia e a
sociedade eram diferentes, as mulheres e as famílias eram diferentes, a música
e o jornalismo eram diferentes, a luta pela cidadania era diferente, diferentes
eram até o esporte e a língua falada e escrita. Este livro, comemorativo dos 30
anos da Editora Contexto, é um balanço destas três décadas a partir do olhar de
dezessete especialistas, todos autores da casa. O que aconteceu com nosso país
enquanto a Contexto surgia, lutava para se afirmar, ocupava seu terreno passo a
passo até se tornar uma importante referência na vida editorial e cultural do
Brasil? O país melhorou, piorou, ficou na mesma? O que é que almejávamos, o que
almejamos agora? Ainda acreditamos no futuro ou nos conformamos com o que
somos? O que queríamos, o que conseguimos, o que conquistamos, do que
desistimos? Nesta obra, enriquecida pela pluralidade de pontos de vista sobre
várias áreas, o leitor encontrará diversas respostas a essas questões. Este
livro oferece um balanço amplo e profundo do Brasil, de 1987 a 2017, escrito
por grandes especialistas. O livro marca os 30 primeiros anos de existência da
Editora Contexto, da qual os autores são colaboradores destacados.
Resenha:
Em
2017, a editora Contexto completa 30 anos. Comprometida com a qualidade e com o
estudo da sociedade, a casa editorial lançou um livro de comemoração: O Brasil do Contexto, obra que analisa
as mudanças e permanências na sociedade nos últimos 30 anos. Abordando diversos
campos sociais, como a construção da família, economia, violência e política
externa, a obra mostra-se um compilado de artigos lúcidos escritos por especialistas,
sendo essencial para qualquer pessoa que queira entender melhor esse
quebra-cabeças gigante que é o nosso país.
Apesar
de todos os temas serem excelentes, assim como os artigos e autores, alguns
acabam chamando um pouco mais a atenção e serão aqui destacados. Abordar-se-á
então os seguintes aspectos: família, mulheres e violência.
Em
relação ao primeiro, é inegável que tivemos uma mudança positiva gigante nos
últimos anos. Isso fica nítido quando vemos inúmeras denominações para tentar
abarcar os diferentes tipos familiares: família pé de feijão, família
simultânea, família mosaico, união poliafetiva... A lista é longa e os tipos de
amor são variados. Porém, apesar da abertura e do reconhecimento de outros
tipos de família, essencial para a valorização e a proteção de direitos, vemos
ainda um ataque conservador às “novas famílias”, inclusive com a tentativa de
caçada de direitos através da lei. Ademais, ainda restam algumas mazelas do
patriarcalismo, como a opressão da mulher na entidade familiar e a “obrigação”
feminina dos afazeres domésticos. Apesar disso, é inegável o avanço, e nos faz
perceber que ainda há esperança, apesar de a luta estar apenas no começo.
“Os avanços em relação às uniões entre pessoas do mesmo sexo continuaram. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a resolução 175/13, que obrigava os cartórios de todo o Brasil a celebrar o casamento civil e converter a união homoafetiva em casamento. A Holanda foi o primeiro país a legalizar esse tipo de união, em 2000, e o Brasil foi o 13º” (p. 105).
Quanto às mulheres, os avanços foram inúmeros, mas infelizmente não
conseguiram alcançar todas. Mulheres jovens e mais idosas, acadêmicas e sem
instrução, urbanas e rurais possuem perspectivas sociais bem diferentes. A
emancipação não chegou para todos os subgrupos. Apesar disso, algumas boas
novidades apareceram na sociedade, como a maior liberdade para trabalhar –
mesmo que, em muitos casos, ainda recebam menos que um homem que exerça a mesma
função –, a maior liberdade sexual, e defesas legais como a Lei Maria da Penha
e a do Feminicídio. Entretanto, ainda fica clara a necessidade de melhora:
eventos recentes de abusos contra a mulher, misoginia e sexismo mostram que
ainda estamos longe do ideal. A luta é grande; mas já não faltam exemplos de mulheres
poderosas para inspirar as novas gerações feministas.
“A educação formal foi o grande diferencial na emancipação feminina, colaborando para promover a ascensão social das mulheres no Brasil, tornando-as mais competitivas no mundo do trabalho qualificado e proporcionando-lhes autonomia financeira. Os índices de analfabetismo entre os homens superaram os das mulheres no início dos anos 1990. Se, nos anos 1970, as mulheres já eram maioria no ensino médio, essa superioridade numérica foi constatada também no ensino superior de graduação” (p. 120).
Sobre a violência, porém, as notícias não são tão promissoras. Como
destaca Renato Sérgio de Lima, “o Brasil mostrou-se incompetente nesses últimos
30 anos em reduzir a violência e garantir direitos civis para a população”.
Para piorar, aparecem dados que nos dizem que “em termos globais, por exemplo,
o país é responsável, em média, por 12% dos homicídios do mundo apesar de
abrigar apenas 3% da população mundial” (p. 143). O que fica evidente, então, é
uma falta de planejamento para políticas públicas referentes à segurança, uma
falta de investimentos em áreas estratégicas como educação e saúde, que aumentam
a vulnerabilidade social. Ademais, ainda temos que conviver com um outro tipo
de violência endêmica e que atinge diretamente o bolso do cidadão: a corrupção.
Ou seja, a desesperança é total.
“Fantasmas da Guerra Fria são ressuscitados, como o medo do ‘comunismo’, seja lá o que isso signifique em terras tupiniquins, bem como novas bandeiras são levantadas, como a da ‘escola sem partido’, a denúncia da ideologia de gênero, resgate de valores da religião ou a negação do racismo. E, para combater esse inimigo, surgem propostas para que conquistas da Constituição de 1988 sejam revistas, como o fim da universalidade das políticas sociais ou a limitação de direitos. Nesse movimento, temas que nem mesmo a Carta Magna teve coragem de enfrentar, como o da segurança pública, tender a continuar interditados e reféns do medo e da violência. A cidadania continua sendo garantida apenas para uma parcela da população” (p. 148).
Pelos poucos pontos levantados, é possível perceber todo o conteúdo
interessante que a obra carrega. Melhor: os artigos são escritos em uma
linguagem acessível, sem muitos termos técnicos, tornando a leitura informativa
e prazerosa para todos os públicos. Isso mostra, mais uma vez, a preocupação da
editora Contexto em levar conhecimento aos seus leitores.
Além
do bom conteúdo, a obra também se destaca pela parte física de qualidade.
Encontramos no livro uma capa dura belíssima, uma diagramação de primeira linha,
com belas ilustrações, e uma revisão excelente. Ou seja, todos os elementos
contribuem para uma leitura prazerosa e rica.
Em
suma, O Brasil no Contexto mostra-se
uma obra potente para o entendimento de alguns aspectos do nosso país, além de
ser acessível a todos os públicos. Um livro que, sem dúvidas, precisa estar na
sua cabeceira.
Não é nada meu tipo de leitura, até porque me acho bem avoada para temas tão profundos..rs Mas não há como negar que a gente fica curiosa para saber e ler todas as mudanças que ocorreram em 30 anos de história!!!
ResponderExcluirDeve ser muito interessante e de um aprendizado enorme!!!
Beijo
30 anos é muita coisa, muita historia a ser contada e 30 anos de luta e alegria, não curto muito o tipo de leitura mas quem sabe um dia eu leia, acho que conhecemos tão poucas historia relacionadas é sempre bom ter conhecimento a mais!!!
ResponderExcluirOi, Marcos
ResponderExcluirAchei a ideia do livro interessante. Gostaria mais de ler sobre todo essa evolução do papel da mulher, só a violência que parece que está mesmo cada vez pior. A Editora parece que acertou na publicação, com certeza leria.
Blog Livros, vamos devorá-los
Olá! Parece q o enredo é interessante, uma pena não gostar de leituras do tipo...
ResponderExcluirBjs
Oi, Marcos!
ResponderExcluirTenho certeza de que é uma obra muito rica em informações, mas, no momento não estou com vontade de ler esse estilo de leitura.
Mas para quem aprecia, realmente é imperdível.
Resenha impecável, como sempre.
Abraços.
Marcos!
ResponderExcluirLivro bem importante de ser lido, porque podemos apreciar através da visão de vários autores, o que mudou no Brasil nas últimas 3 décadas em relação a determinados assuntos, bem relevante.
Desejo uma ótima semana!
“Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.” (Campbell)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Nos pontos citados do livro, vemos que já evoluímos muito, mas que temos muito a melhorar, incrível o Brasil ser responsável por 12% dos homicídios do mundo tendo 3% da população. A família com o patriarcalismo que oprime as mulheres no seio familiar e que consequentemente reflete na opressão da mulher nos ambientes de trabalho. Gostaria muito de ler essa obra, e conferir além do conteúdo incrível o belo trabalho que a editora fez.
ResponderExcluirOi Marcos.
ResponderExcluirA evolução no decorrer desses 30 anos foi muito grande, mas ainda há muito o que mudar, eu não curto livros assim não, infelizmente nunca consigo me prender a historia, a violência está realmente chagando a um ponto que nem dentro de casa você está seguro e isso é horrível.
Bjs.
Certamente é um livro que deveria ser do interesse de todos... Mas, infelizmente, nao é do meu kkk...
ResponderExcluirNão sei o pq... Mas normalmente fujo e livros assim. Principalmente se envolve política.
Gostei da resenha, gosto de história por isso leria sim, achei o livro bem bonito e é capa dura, ah eu quero
ResponderExcluirOi, Marcos!!
ResponderExcluirBem legal a resenha mas infelizmente não gosto muito desse tipo de leitura. Mas gostei da indicação!!
Beijoss