Resenha: The Walking Dead: Declínio

Título: Declínio

Autor:  Jay Bonansinga

Editora: Galera Record

ISBN: 9788501103574

Ano: 2015

Páginas: 336

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Sinopse:

Após o chocante fim do ex-tirano Phillip Blake, o Governador, Woodbury se torna um oásis de tranquilidade em meio à praga dos errantes. Mas Lilly Caul e seu grupo de sobreviventes deverão superar seu passado traumático.

Quando uma família surge nos portões da cidade quase morrendo de inanição, Lilly não pensa duas vezes antes de acolhê-la. Muito religioso, Calvin Dupree, pai das três crianças, imediatamente aceita o convite, mas Meredith, sua esposa, se recusa a aceitar a hospitalidade. Lilly acaba os convencendo a ficar, sem fazer ideia de que o misterioso problema de Meredith ainda traria consequências para todos.

Enquanto isso, parte da população sai para resgatar um grupo de pessoas em perigo. Liderado por um reverendo chamado Jeremiah, o grupo religioso chega a Woodbury querendo fazer de tudo para ajudar. Isso faz Lilly pensar que enfim pode relaxar e sonhar com uma vida estável. O que ela não imaginava é que seus planos não poderiam ser mais diferentes dos ideais do grupo recém-chegado. As piores ameaças são as que não podem ser vistas...

Resenhas anteriores:

A ascensão do governador

O caminho para Woodbury

A queda do governador: parte 1

A queda do governador: parte 2

Resenha:

Senhoras e senhores, sejam bem-vindos de volta a mais uma resenha sobre a sequência “The Walking Dead: A queda do Governador – parte dois” que, para quem não sabe, é o primeiro livro de uma série do universo TWD que somente Jay Bonansinga irá escrever. O livro surpreende-me tão positivamente que nem sei por onde começar a escrever e como terminar. Quer saber o motivo? Confira abaixo.

Após a queda e morte do Governador, Lilly tenta reconstruir Woodbury e distrair os moradores do terrível pesadelo que enfrentaram.

Quando uma família quase morrendo de inanição surge, Lilly os acolhe imediatamente e os convidam para morar na cidade. Calvin Dupree, pai das três crianças e muito religioso, aceita a proposta, porém com uma condição que está relacionada a sua esposa Meredith, que trará problemas e consequências graves para os cidadãos muito em breve.

Alguns dos poucos preparados em armamento e busca de suprimentos saem em uma operação de resgate em um lugar chamado Carlinville. Jeremiah, o líder dos resgatados e religiosos, é um homem bem articulado, respeitável e extremamente admirado por seus seguidores.

Lilly logo entusiasma-se com os novos moradores e tem uma boa conexão com o líder, entretanto, o que ela não imagina é que seus ideais sobre sobrevivência são muito diferentes daquele grupo e perceberá que o verdadeiro perigo nem sempre são os errantes.

Quando alimentados e descansados, a Família Dupree, acompanha Lilly, enquanto ela mostra a cidade e falará do temível Governador. Meredith ainda parece relutar em ficar, mas seu marido usa todos os seus argumentos religiosos para ficarem e protegerem seus filhos. Porém, algo terrível irá acontecer, e o que todos pensariam que era loucura será visto como um ato heroico e salvador.

Quando resgatados, o grupo de Jeremiah – um homem forte, obstinado e principalmente lúcido – agradecem a gentileza e hospitalidade de Lilly e não hesitam em viver nesse novo lar, o que acabou sendo um favor e troca mútua, pois a cidade está precisando de povoamento, pessoas para a construção, busca de armamentos, suprimentos, combustível e para vigia. Tudo parece prosperar e progredir sem maiores problemas, mas quando Lilly toma uma decisão, um plano inesperado está por vir e talvez não saia conforme planejado.

Lilly tornou-se uma mulher forte, destemida, corajosa; eu daria todos os adjetivos possíveis e impossíveis. É uma personagem que cativa os leitores, pois enfrentou crueldades nesse mundo apocalíptico, e ainda enfrenta a solidão, tristeza, dor, sofrimento com a perda daqueles que amou. Ela se tornou uma líder nata e sagaz quando ninguém tinha a quem seguir, tornou-se tão indestrutível que as pessoas a admiram e encontram a esperança na força de vontade que ela possui para reconstruir e fortalecer Woodbury.

Outros personagens também merecem destaque, e o primeiro deles é outro sobrevivente que está desde o segundo livro – Não descobriu quem é? Como? Mas calma que direi. O seu nome é Bob Stookey, o nosso ex-bêbado e médico militar; confesso que me apeguei mais a ele nesse livro, porque Bob vai mostrar ser incrivelmente importante e fundamental, principalmente descobre uma valiosa Ferrovia Subterrânea. Tem os Stern, o casal jovial de idosos, que mostraram ser fiéis a Lilly. Tommy Dupree, que aos poucos mostrou ser uma criança que perdeu a infância cedo e cresceu muito antes do tempo, tornando-se corajoso, cético e responsável por seus irmãos. Matthew e Speed, dois jovens fortes e divertidos, que mostram ser de grande ajuda e confiança, e, por último, mas não menos importante, Glória, a ousada e impossível lutadora, mostrando ser mais uma mulher a quem admirar.

Lilly começa a tomar decisões precipitadas sendo influenciada pelas emoções e o sentimento de esperança. Acabou ficando cega pelos verdadeiros perigos que a rodeavam e acaba por cometer uma falha que poderá destruir e definhar tudo e todos aqueles que protege, dá seu sangue e suor. Seu amigo Bob tentará alertá-la, mas enxergará o verdadeiro perigo quando infelizmente for tarde demais...

Em sua totalidade, o livro faz fortes questionamentos quanto a religião. Será que Deus continua a castiga-los? Ou o Deus que cada um acredita é diferente? Até onde vai a sua fé? Qual o limite entre a sanidade e fanatismo?

Jay escreveu meticulosamente cada detalhe, cada questão, apresentou situações em que devemos pensar sobre o que realmente importa, diferenciar o fácil do certo, saber quando perder, aprender com seus erros, por mais que sejam cruéis, a cair e levantar quantas vezes forem necessárias para alcançar aquilo que luta e acredita. Algumas vezes precisamos sofrer para percebermos o quanto somos fortes e para explorarmos ainda mais nós mesmos.

De todos os livros que li da série, na maior parte, as mesmas mensagens aparecem, mas em todos eles observa-se questionamentos e reflexões que só você pode responder.

Achei o início um pouco parado, mas depois das primeiras dez páginas o meu ritmo de leitura aumentou, porque a ação, suspense e momentos de tensão estavam aumentando gradativamente, fora os instantes de emoções que desencadeou em mim, como raiva, tristeza, quando relembrava de alguns personagens- Não aguentei a saudade e emoção quando falou do bravo e heroico Austin – alegria, e certos momentos que levaram-me quase à loucura. Sim! Esse livro promete e tanto ser surpreendente e incrivelmente bem escrito, eu praticamente devorei a história e cada livro a tendência é a melhorar.

Amei o livro; a essência do início da série voltou desde o livro anterior, então continuo amando e querendo ler mais histórias do universo The Walking Dead, e sobre essa heroína que é a Lilly Caul.

A Galera Record como sempre fez um excelente trabalho com este livro, continua com a mesma qualidade dos anteriores. A tradução da Mariana Kohnert é impecável, assim como tenho visto nos outros livros da série; a revisão está ótima e a diagramação formidável.