Resenha: Ascensão da Força Sombria

Título: Ascensão da Força Sombria

Autor: Timothy Zahn

ISBN: 9788576572107

Editora: Aleph

Ano: 2015

Páginas: 504

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Sinopse:

No segundo volume da consagrada Trilogia Thrawn, a luta de Luke, Han e Leia em defesa da Nova República continua. Mais uma vez, eles enfrentarão as tropas imperiais dissidentes, comandadas pelo poderoso grão-almirante Thrawn.

Quando Talon Karrde é capturado por forças inimigas, Mara Jade relutantemente recorre à ajuda de Luke Skywalker, que é forçado a interromper seu treinamento com um curioso mestre para ampliar o domínio da Força.

Enquanto isso, Han Solo e Lando Calrissian seguem com suas investigações, afim de descobrirem um possível traidor da Nova República. E, cumprindo a promessa feita a Khabarakh, Leia Organa viaja a Honoghr em busca de novos aliados contra a tirania de Thrawn.

Resenha:

Ascensão da Força Sombria é o segundo livro da trilogia Thrawn, continuação de Herdeiro do Império (resenha). Então, para evitar possíveis spoilers que quase ninguém gosta, vou pular direto para análise da obra. Caso você queira se ambientar melhor em relação ao enredo do livro, recomendo a leitura da resenha do livro anterior ou a sinopse da obra, localizada logo acima.

Timothy Zahn dá continuação a sua trilogia praticamente do mesmo ponto que o primeiro livro parou. Isso acorre porque essa segunda obra é composta de desdobramentos diretos do que acontece na primeira. Desta forma, os principais personagens são mantidos, a estrutura de desenvolvimento segue a mesma linha e a maneira que os personagens são trabalhados também é sequencial.

Apesar de Zahn saber trabalhar muito bem os picos de ação, o grande forte da obra é a conspiração política, as tentativas de sabotagem e genialidade da estratégia militar. De um lado há a Nova República tentando vencer o restante dos imperiais enquanto luta para manter a paz interna, visto que há uma forte disputa política por poder em seu interior. Do outro, há o Império querendo voltar a ser poderoso e soberano como foi um dia. Entretanto, ambos possuem um problema em comum: sofrem com a espionagem,  com a falta de armas, naves e soldados realmente bons.

“Ele havia descoberto que esse era um erro de percepção comum: com o domínio sobre a Força, as pessoas simplesmente supunham que não havia motivo para que um Jedi cultivasse força física. O próprio Luke tinha levado vários anos para verdadeiramente apreciar as maneiras sutis pelas quais o controle do corpo estava ligado ao controle da mente” (p. 68).

Outro ponto que também merece ser ressaltado como positivo na obra é a qualidade na construção dos personagens, tanto os clássicos da série cinematográfica quanto os criados pelo autor. Dos pré-existentes se destacam Han Solo e Luke Skywalker. Em relação ao primeiro, o autor merece a parabenização por ter alcançado a essência do personagem; o estilo meio trapaceiro e as frases irônicas foram muito bem elaborados no livro. Quanto ao Luke, Timothy conseguiu trabalhar bem a imaturidade do protagonista como Jedi, visto que ele ainda está descobrindo “os seus poderes”, e também o seu crescimento dentro da Força.

Dos novos personagens, os que mais se destacam são Mara e Thrawn. A primeira ganhou o meu respeito por se mostrar uma personagem com diversas camadas psicológicas, todas muito bem construídas. Além disso, é uma mulher forte e destemida, mesmo tendo que enfrentar diariamente seus traumas e medos. Thrawn, por sua vez, é genial. Como grão-almirante, se mostra um estrategista de primeira e um “vilão” respeitável e muito bem trabalhado. Além disso, possui inteligência e sagacidade acima da média.

Quanto à estrutura da obra, o autor continua apostando em capítulos medianos e uma escrita fácil e bem fluída, mesmo quando há descrições um pouco mais longas. Além disso, o autor sabe “aplicar” bem essas descrições, dosando-as nos momentos adequados, deixando o livro bem acessível para que pessoas de qualquer idade ou maturidade possam alcançar uma leitura plena.

“Han sustentou o olhar dela, pensando no que dizer. Talvez lembrá-la de que ele já havia sido atacado por caçadores de recompensas e criminosos interestelares, estado na mira de stormtroopers do Império e sido torturado sob a supervisão do próprio Darth Vader. Talvez sugerir que uma ameaça vinda de alguém como Sena era risível demais para levar a sério” (p. 274).

Em relação à parte física, a Aleph continua mantendo o seu padrão de qualidade. A capa está maravilhosa e possui completa relação com o que ocorrerá no livro. A diagramação está exatamente como no livro anterior: bonita e confortável. A revisão, por sua vez, também está boa, contudo, encontrei alguns pequenos deslizes. Porém, não é nada que prejudique a leitura da obra.

Ascensão da Força Sombria é, sem dúvidas, uma ótima continuação para o livro Herdeiro do Império e mantém sem qualquer dificuldade a qualidade literária. Além disso, deixa o leitor ansioso para o grande fechamento da série. Leitura mais do que recomendada, mesmo para quem não é um grande fã da franquia.