20/10/2016

Resenha: Uni-Duni-Tê

Título: Uni-Duni-Tê
Autor: M. J. Arlidge
Editora: Record
ISBN: 9788501105264
Ano: 2016
Páginas: 322
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Sinopse:

Um assassino está à solta. Sua mente doentia criou um jogo macabro no qual duas pessoas são submetidas a uma situação extrema: viver ou morrer. Só um deverá sobreviver. Um jovem casal acorda sem saber onde está. Amy e Sam foram dopados, capturados, presos e privados de água e comida. E não há como escapar. De repente, um celular toca com uma mensagem que diz que no chão há uma arma, carregada com uma única bala. Juntos, eles precisam decidir quem morre e quem sobrevive. Em poucos dias, outros pares de vítimas são sequestrados e confrontados com esta terrível escolha. À frente da investigação está a detetive Helen Grace, que, na tentativa de descobrir a identidade desse misterioso e cruel serial killer, é obrigada a encarar seus próprios demônios. Em uma trama violenta que traz à tona o pior da natureza humana, Grace percebe que a chave para resolver este enigma está nos sobreviventes. E ela precisa correr contra o tempo, antes que mais inocentes morram.

Resenha:

Eu não estou sabendo lidar com a euforia que esse livro me deixou após terminar de lê-lo! Com toda certeza esse foi o melhor livro do gênero suspense que li, foi uma história totalmente eletrizante, acabei lendo-o em praticamente um dia. Quer saber como? Confira abaixo.

Estava ansiosa para ler essa história desde quando li a sinopse; depois do incrível Booktrailer, ficou impossível não querer devorar este livro e saber como é esse jogo macabro. Quem gosta de um bom thriller vai amar esse livro e vai ficar tão ansioso como eu por outra investigação da detetive Helen Grace, já que o autor publicou seis livros da série Helen Grace e o sétimo livro será publicado ano que vem no exterior.

Quando a detetive Helen Grace encontra um sobrevivente de aparente jogo cruel, não acredita de início que possa ter realmente acontecido um jogo onde uma dupla tem que fazer uma escolha: Matar ou Morrer. E na averiguação da veracidade do depoimento da vítima e das pistas, a história do sobrevivente faz sentido. Sem tempo para respirar, acontece um novo sequestro e a detetive conclui que estão atrás de um serial killer doentio que parece não apresentar um padrão nos seus assassinatos.

Até o momento que Grace percebe detalhes que parecem despertar seus demônios do passado ao verificar as pistas do assassino, para achá-lo não são os vestígios do local ou como são feitos os assassinatos e sim as vítimas; aparentemente elas não têm nenhum padrão ou alguma relação entre eles, mas Helen Grace desconfia a causa desse jogo doentio e não descansará nem por um momento até descobrir quem é o culpado.
“Não posso pensar assim. Preciso tentar me lembrar do que é real, do que é bom. Mas, quando se é um prisioneiro, os dias parecem não ter fim, e a esperança é a primeira que morre”.

O que deixa o livro eletrizante e angustiante são, com toda certeza, os capítulos das vítimas. Percebemos com detalhes como a inanição, falta de água, luz, banho, falta de espaço para dormir, fazer suas necessidades podem fazer o ser humano a revelar seus piores instintos e cometer atrocidades para poder ter sua liberdade, que está apenas alguns passos ou até metros perto, basta pegar a pistola e matar ou morrer. Não há regras e nem truques, o jogo é claro e objetivo, você tem ainda uma escolha. Não parece um desafio fácil e simples?

Porém, não é mesmo, se você escolher morrer, não sofrerá mais dor, fome, angústia e todas as infelicidades que nunca pensamos ter, alcançará com mais rapidez a paz; ou você pode matar e encarar as consequências. No primeiro momento, a segunda opção parece a melhor, não é mesmo? Mas engana-se quem pensa assim; matar uma pessoa não é nada fácil e indolor, ainda mais aquela quem você ama ou tem um carinho. Não é só apenas matar para sobreviver, é matar para libertar-se e enfrentar o peso da consciência, os olhares de culpa, encarar os flashbacks do terrível momento que passou no cativeiro, até o modo horrível que saiu dele. O ser humano não está preparado para receber uma carga emocional enorme como essa. Os sobreviventes dessa brincadeira doentia nunca mais serão os mesmos e dificilmente conseguirão viver com a culpa e com os pensamentos conflituosos e duvidosos: Se eu tivesse escolhido morrer, seria melhor? Por que confiei naquele assassino? Seria mais fácil e melhor ter morrido junto? Morrer de causas naturais seria a melhor escolha do que com uma bala? Como posso viver sabendo que matei alguém? Quem puxa o gatilho certamente é quem mais sofre.
“Em alguns momentos na vida precisamos escolher entre nos abrir para o mundo ou enterrar a cabeça num buraco. Seja na vida pessoal ou na profissional, há momentos em que é preciso saber quando se está pronto para se revelar para o mundo”.
Você acaba colocando-se no lugar das vítimas, e fica analisando quais jeitos tem de encarar o jogo, por quanto tempo irá durar sem comida e água, se conseguiria fazer todos os sacrifícios e escolhas repulsivas para poder viver, mas nunca saberemos até sermos essas pessoas; não podemos julgá-las e nem as rotular. Imaginem o estado psicológico desses sobreviventes: não conseguiram descansar por causa das perguntas minuciosas da detetive Helen Grace até capturarem o assassino.

Qual o Passado de Helen? Por que ela toma uma atitude incomum para lidar com a dor e talvez culpa? Enquanto encara essa dura investigação para achar o serial killer, lida com seus demônios do seu passado sombrio e misterioso. A chave para acabar com esses homicídios está em suas vítimas e apenas ela tinha entendido o significado do jogo. Ademais, esse assassino parece mais sádico do que pensava. Junto com sua equipe, Grace corre contra o tempo para salvar novas possíveis vítimas e ao mesmo tempo tentar descobrir a identidade do serial e prendê-lo.
“Mas a verdade nua e crua é que era impossível conhecer de verdade outra pessoa”.
Entre os capítulos do livro, aparece um narrador misterioso e possivelmente sendo o serial killer, mas isso só vocês saberão ao ler. Será que os relatos desses capítulos se referem ao motivo real do assassino para a criação do jogo? E se for, nós leitores entendíamos a sua história e os meios horríveis que justificavam fins ainda piores?  Ou mostram como alguém pode tornar-se tão cruel por culpa de negligência e maldade das pessoas?  Ou pode ser um personagem que conhecemos e não sabemos quem é? Tudo pode ser possível e eu só acabei entendendo bem depois da metade do livro, porque eu não confio em apenas uma verdade sem olhar as outras vertentes.

O livro conta como nós podemos despertar os piores sentimentos quando postos à prova. Em momentos de desesperos e dor, nossa mente pode nos enganar e trair, podemos cometer atos impensáveis, mas o que fazer quando a sobrevivência e instinto falam mais alto? A história mostra como o ser humano é capaz de fazer qualquer coisa, de ferir e rir por achar que está fazendo algo bom para o mundo, como não ligamos para os sentimentos das pessoas para conseguir dinheiro à custa de sofrimento e atrocidade alheia, como o poder pode levar a pessoa com facilidade a cometer corrupção. O lado sombrio da humanidade é mostrado para nós de uma forma chocante e abrasadora.

O autor M.J Arlidge faz um jogo com o leitor, nos induz a acreditar em uma possível suspeita que possa ser o serial killer e fica a todo momento falando sobre as pistas e como essa pessoa parece bater com o perfil do assassino, porém, quando mostra mais pistas, percebermos que falta preencher algumas lacunas e descartamos o suspeita e assim cometemos esse mesmo erro, ficando impossível saber  quem é  o criminoso sem antes investigar junto com a detetive Helen, deixando, desta forma, o livro com mais suspense e tensão por não ser aquele tipo de livro que para nós fica claro quem é o assassino. São inúmeras reviravoltas e revelações que nos deixam boquiabertos.
“– Você acha que as pessoas são boas. Você é muito otimista. Mas as pessoas não são boas. São más, egoístas, cruéis. Você provou isso, assim como cada um dos merdinhas egoístas que eu sequestrei. No final das contas, somos todos animais, arrancando os olhos uns dos outros para sobreviver”.

O nível de tensão e eletricidade aumentam nos capítulos finais, quando novas vítimas são feitas enquanto Helen e os agentes correm atrás de falsos suspeitos ou pistas que os distraem da verdadeira ameaça e caem em uma armadilha que pode trazer consequências desastrosas. Quando Grace fica cara a cara com o assassino é uma das melhores cenas e também das piores, pois descobrimos o significado e sentido do jogo – o que achei genial – e entendemos o que irá acontecer, não queremos e queremos ler como será, a curiosidade fala mais alto e o desfecho não poderia ter sido nunca previsível desde o começo. Eu ainda não acredito em tudo o que aconteceu e confesso que apenas uma morte deixou-me desconcertada.

A Record, como sempre, fez um trabalho incrível ao trazer esse livro, escolheram um título inteligente e que combina bastante com a história, uma capa que ficou deslumbrante e sombria. A tradução da Maurette Brandt ficou excelente e melhor impossível, a diagramação ficou confortável com letras grandes e pouco espaçamento. Por último, a revisão ficou boa e encontrei apenas alguns erros.

Hipnotizante e Eletrizante, Uni-Duni-Tê desvendará os piores instintos do ser humano e alguns deles habitam em nós. Faça a sua escolha!

Confira o Book Trailer:




Comentários
11 Comentários

11 comentários:

  1. É impossível ler uma resenha assim e já não colocar o livro entre os mais desejados. E foi exatamente o que eu fiz. Sou maluca por estes jogos psicológicos que deixam a gente dentro da história.!
    Preciso ler este livro e urgente!!!
    Beijo

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  2. Oi Thais!

    Mulher, vc quer me deixar mais pobre neh? kkkkk Vou já olhar nos sites para achar o valor mais em conta pq quero esse livro!
    Amei sua resenha! Me lembrou demais Jogos Mortais, uma franquia que eu amo! Parabéns pela resenha maravilhosa!

    Bjo bjo^^

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  3. Oi, Thais!
    Menina, esse livro já tinha me conquistado pela sinopse. Depois de ser sua resenha, já adicionei na lista de desejados o mais rápido possível. Faz tempo que um suspense não me desperta o interesse e sua resenha fez isso comigo. Parabéns.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe da promoção 5 Anos de Além da Contracapa
    Participe do sorteio Halloween Literário

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  4. Estava louca para ler uma resenha desse livro, e agora estou louca pelo livro.
    Adicionando já na lista de desejos.
    Parabéns pela resenha.
    Beijos
    http://lua-literaria.blogspot.com.br/

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  5. Oii Thais! Li esses dias uma resenha do livro, pra mim tá excelente! Curiosa pra conhecer ais de perto...
    Bjs!

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  6. Depois dessa gigantesca-empolgada-perfeita resenha, só me resta dizer uma coisa:

    PRECISO!

    Quero muito ler este livro ♥

    Bjkssss

    Lelê

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  7. Thaís!
    Li algumas resenhas não tão boas do livro, ainda assim, a sua me deixou com vontade de ler.
    Tenho apenas uma ressalva, em relação ao nome, achei bem infantil e nada tem haver com o livro.
    “A simplicidade representa o último degrau da sabedoria.” (Arthur Schopenhauer)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de OUTUBRO com 3 livros + BRINDES e 3 ganhadores, participem!

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  8. OI, Thais
    Queria muito ler esse livro, agora ainda mais com essa resenha super positiva.
    Solicitei esse livro, mas infelizmente veio trocado. Mas ainda quero muito ler.
    Fiquei curiosa por todo esse suspense e quando o livro trabalha o que o ser humano tem para mostrar de pior.
    Ótima resenha.

    Blog Livros, vamos devorá-los

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  9. Oi. Thais!!
    Que resenha é essa menina!! Fiquei apaixonada e louca para ler esse livro urgentemente!! Amei conhecer a premissa do livro que com certeza quero muito ler!!!!
    Beijoss

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  10. Amei a premissa do livro, faz tempo que não do gênero, mas gostei demais e estou ansiosa para lê-lo!!
    Com certeza vou querer conferir!
    bjs

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  11. Thais
    Este não é meu gênero preferido, leio pouquíssimos livros assim, mas a resenha está tão eletrizante que até me animou, mas por enquanto coloquei alguns da Darkside na frente. De qualque forma obrigado pela dica.
    abraços
    Gisela
    www.lerparadivertir.com

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