05/03/2017

Resenha: Bruto

Título: Bruto
Autor: Thedy Corrêa
Edição: 2
Editora: Belas Letras
ISBN: 9788581743301
Ano: 2016
Páginas: 152
Compre: Aqui

Sinopse:

Imagine-se manuseando os cadernos de Thedy Corrêa e deixe-se levar por textos publicados tal qual surgiram: palavras simples, no estado Bruto, sem retoques. Poemas, divagações em horas de insônia e anotações de viagens se misturam com histórias sobre como surgiram as canções do Nenhum de Nós, banda da qual Thedy é vocalista e um dos fundadores. A edição deste livro também foi concebida para ser lida como se fossem anotações de rascunho no estado bruto, tanto pela capa como pelas costuras aparentes.

Resenha:

Poesia é um gênero complexo de se debater, pois além da parte técnica, há muito do sentimento que esta arte imprime. Um texto te toca ou não toca, sem meio termo, sem ficar em cima do muro. Texto mais ou menos tocante é como beijo morno; não fede e nem cheira, não excita. Infelizmente, Bruto, para mim, foi morno, um livro com um ou outro trecho legal, mas nada além disso. Os motivos? Conto abaixo.

Bruto, como o próprio nome diz, tem a ideia de trazer a arte poética em estado bruto, sem acertos, puro sentimento e calor do momento. Uma medida corajosa e admirável; os deuses sabem o quanto falta coragem na poesia moderna. Porém, quando um texto vai só pelo sentimento, se ele não toca o leitor, não resta nada. Em muitos momentos, esse é o sentimento diante do livro: um vazio; zero sentimento, zero técnica.

As ideias de Thedy são boas, mas talvez seja necessário o autor aprender um pouco mais, amadurecer um pouco mais – amadurecimento é necessário para todos nós, sem exceção. Talvez falte a ele escrever como quem cata feijão¹, como eternizou em versos João Cabral de Melo Neto. Faltou mergulhar mais fundo, para que o leitor possa mergulhar junto. Convencer o leitor a ficar submergido requer técnica e trabalho, além de muito sentimento.


Apesar disso, há bom trechos, boas passagens e algumas ficam marcadas. O amor é uma constante na obra, mas também há espaço para outros sentimentos. Por serem sinceros, podem fazem com o leitor se identifique. E aí está o trunfo da poesia: se o leitor se sentir preso, talvez todo o resto seja irrelevante e essa obra se torne o livro da vida. Sendo assim, vale mais que cada um descubra por si só se Bruto, mesmo que não lapidado, é um diamante ou cassiterita.

Quanto à parte física, porém, restam apenas elogios. A editora Belas Letras preparou um projeto gráfico bonito e com um ar bruto, combinando perfeitamente com a obra. A capa é, na verdade, uma caixinha onde o livro fica guardado, dando um lindo aspecto ao trabalho. O miolo, por sua vez, tem uma boa diagramação e um ótimo aspecto visual, com as bordas com costuras à mostra. O livro também não possui erros gramaticais aparentes, o que ajuda no desenvolvimento da leitura.

Em suma, Bruto foi um livro que não me ganhou e nem me tocou, mas que tem potencial para fazer isso com outros leitores, principalmente se estes forem novos desbravadores no ramo da poesia. Pelo sim, pelo não, indico que todos deem seus mergulhos na obra; você pode acabar gostando.

Outras fotos:






Comentários
17 Comentários

17 comentários:

  1. Oi Marcos!
    Sabe...acho que uma leitura morna é até pior que uma leitura ruim, você não acha? Que pena que Bruto foi dessas. Não conhecia o livro, mas gosto bastante de Nenhum de Nós, então estou familiarizadas com as letras do Thedy. Se o livro caísse na minha mão, daria uma chance, mas depois de ler os seus comentários e levando em consideração que poesia não é bem a minha praia, não é um livro que faço questão de ler.
    Beijos,
    alemdacontracapa.blogspot.com

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  2. Sou meio suspeita para falar de poesia, eu amo demais o gênero, apesar de não entender bulhufas.
    Mas não abro mão de ler e tentar entender muitas entrelinhas.
    Como não conhecia o livro, já estava encantada com o título. Como um diamante a ser lapidado, mas parece que não aconteceu isso, infelizmente!
    Mesmo assim, se tiver oportunidade, quero muito ler!
    Beijo

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  3. Oi, Marcos! Tudo bem? Vish, cara! Agora tô até com medo do que você vai achar do meu livro de poemas kkkkk Mas enfim, adorei a capa e a premissa de Bruto. Mesmo você dizendo que foi uma leitura morna, fiquei com vontade de ler.

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

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  4. Marcos,
    Bom, não sou muito chegada em ler poesias. Gostei bastante da capa/caixinha, quando vi não tinha ideia de que seria um livro de poesias! Achei bem interessante a última foto que vc colocou, gosto muito de ver os rascunhos de um artista - seja autor, cantor, ator.

    E, uma pena que vc não tenha gostado tanto da obra!

    BJS

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  5. Não conhecia este livro... Achei bem diferente... Confesso que fiquei curiosa, mesmo com esse pontinho negativo, ainda assim queria conhecer.

    Bjks

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  6. Uma peninha eu não gostar de poesias mais tem algumas que realmente são tão maravilhosas que mexe no fundo da alma, ainda espero aprender a gostar de poesias porque geralmente uma grande maioria de leitores gostam e acho que eu também devo tentar me apaixonar, achei uma ótima indicação e se um dia eu resolver dar uma chance já tenho uma indicação em mente.

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  7. Oi Marcos, tudo bem???
    Eu gosto de poesia, mas depende muito do que o autor transmite no momento em que eu estou lendo, gosto muito de poesias românticas e outras ritmadas que falam da vida... não sei... quando vi o nome do livro não me senti cativada, talvez ele não seja pra mim... Xero!!!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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  8. Oii!

    Não gosto muito de poesias. Na verdade nunca gostei.O gênero literário que me motivou e me levou a cursar jornalismo foi a crônica. Nossa, tenho alguns livros e amo escrever cada vez mais.

    beijos

    www.mecontanoblog.com

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  9. Oi, Marcos!!
    O livro estar com a diagramação bem bonita!! Mas infelizmente não curto muito ler livros de poesia. Mais gostei da indicação.
    Beijoss

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  10. Marcos!
    Minha adolescência foi acompanhada pela banda Nenhum de nós e não tem como não desejar a escrita bruta das ideias e poemas do Thedy Corrêa, vocalista e fundador da banda.
    Maravilha de leitura.
    Desejo uma ótima semana !!
    “Se sabemos exatamente o que vamos fazer, para quê fazê-lo?” (Pablo Picasso)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de MARÇO, livros + KIT DE PAPELARIA e 3 ganhadores, participem!

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  11. Olá, o livro é bem peculiar, algo para ser lido com bastante cuidado e reflexão para entender os significados ocultos dos poemas. Beijos.

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  12. Não gosto muito de fantasia mas em compensação sou fã do Engenheiros e por isso leria o livro. Apesar de não ter funcionado com vc, poesia muitas vezes é algo pessoal demais

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  13. Não gosto tanto de poesias, então este livro não me chamou tanto a atenção. A parte gráfica é realmente linda. Uma pena que para você que gosta o gênero o livro não tenha te conquistado.
    Abraço!
    A Arte de Escrever

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  14. Marcos
    Normalmente não compro livro de poesia, mas leio com prazer os que ganho. Acontece que não entendo de poesia para julgá-la, simplesmente a escrita toca ou não meu coração. Por isso gosto muito de ver suas críticas aos livros de poesias pois sempre aprendo um pouco mais.
    abraços
    Gisela
    www.lerparadivertir.com

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  15. Esse livro me encantou porque com esses rascunhos você sente melhor o trabalhar e processo de criação do autor. Sente como se pudesse de alguma ter participação ali, sente mais perto do autor. Adorei essa ideia, é genial. Fico super curiosa em conhecer os poemas

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  16. Meu padrão poético é alto. Se não for ao menos metade do que Pessoa foi, nem leio.
    Boa referência ao Cabral de Melo Neto. Esse entendia de verdade do que fazia.

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  17. Se tem poesia que fala de amor, eu estou dentro. gosto muito dessa pegada mais romântica e melosa. Me derreto toda. rs
    Gostei da resenha e acho que vou curtir mais o livro do que você.

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